Esta linha de pesquisa tem investigado quais as possíveis alternativas para o financiamento de longo prazo no Brasil e os papéis a serem desempenhados pelos diversos agentes financeiros, incluindo companhias seguradoras, fundos de pensão, fundos de capital de risco e agências garantidoras. Adicionalmente, são alvo de investigação as melhores práticas em termos de gestão e alocação de riscos em termos internacionais, de modo a suprir a defasagem existente em nosso país e introduzindo ferramentas de engenharia financeira apropriadas para cada fase de um projeto de infraestrutura - seguros, garantias e derivativos. Outro objeto de interesse diz respeito a estimativa da taxa de retorno regulatória, fundamental no processo de estabelecimento de tarifas adequadas a serem percebidas pelos usuários das diversas utilities, ao mesmo tempo em que deve ser capaz de remunerar de maneira apropriada os financiadores da firma regulada - acionistas e credores. O método classicamente reconhecido no campo de Finanças Corporativas para a estimativa desta taxa é composto pelo binômio WACC (Custo Médio Ponderado do Capital) e CAPM (Modelo de apreçamento de ativos de capital) e sua implementação empírica é passível de diversas abordagens, a depender do setor regulado e do país em questão. Neste sentido, esta linha de pesquisa tem investigado as diversas variações, em termos de implementação, da metodologia WACC/CAPM, com destaque para as análises realizadas nos setores de energia (Distribuição, Geração e Transmissão), Distribuição de Gás Natural, Concessões Rodoviárias e Ferroviárias. Adicionalmente, tem sido investigada a relação, intuitiva, entre o retorno exigido sobre o capital e a percepção de risco regulatório nos diversos setores, onde verifica-se uma falta de uniformidade no uso de informações que seriam comuns a todas as companhias, bem como o impacto dos novos modelos de negócios/utilities of the future.
Há uma reconfiguração em curso no tocante a forma como os projetos de infraestrutura serão financiados no Brasil, dadas as severas restrições fiscais enfrentadas e um novo papel a ser desempenhado pelas fontes tradicionais, com foco nos grandes bancos públicos. Neste sentido, um robusto processo de análise e alocação de riscos entre as partes pública e privada é fundamental para que os ativos de infraestrutura sejam novamente levados em conta nas decisões de portfólio dos diversos tipos de investidores nos mercados de capitais.
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